sexta-feira, 6 de julho de 2012

DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL, JORNALISTA E ESCRITOR LANÇA LIVRO HOJE, NA LIVRARIA SARAIVA, NO MIDWAY MALL

"Nunca antes nem depois, na história política brasileira, outro período mostrou-se tão rico em acontecimentos, personagens e, expectativas quanto os anos que intermediaram as décadas de 1920-30. A Revolução de 30, que acabou com a chamada "República Velha", é o fato mais lembrado, mas outras "revoluções" ocorreram e o cenário de uma delas, que pretendeu instalar um território livre e independente no sertão paraibano, já tem o seu grande romance. "O Dia dos Cachorros", de Aldo Lopes de Araújo, lançado em 2005 e que tem, agora, uma segunda edição, reescrita, ampliada e ilustrada. 
Alex RégisAldo Lopes relança O Dia dos Cachorros, sete anos após a primeira edição. A obra tem como pano de fundo um fato histórico conhecido como A Guerra De Princesa.Aldo Lopes relança O Dia dos Cachorros, sete anos após a primeira edição. A obra tem como pano de fundo um fato histórico conhecido como A Guerra De Princesa.

O cenário do romance, vencedor do prêmio literário Câmara Cascudo/2005, é a "guerra de Princesa", levante ocorrido na cidade paraibana do mesmo nome, liderado pelo coronel José Pereira Lima à frente de 2.500 jagunços contra o governo de João Pessoa. Aldo Lopes, jornalista, delegado na Polícia Civil e escritor, é descendente direto dos protagonistas do episódio histórico e se vale das memórias familiares para entrar na pele dos muitos personagens fictícios do romance. 

"O Dia dos Cachorros" - na edição primeira de 2005 e nesta - é narrativa ficcional da história, com a dose certa de fantasia que a torna irresistível tanto ao leitor já possuidor de conhecimentos sobre os fatos no pano de fundo da trama quanto a quem nunca ouviu falar nem tem ideia das ligações existentes entre o coronel Zé Pereira, Coluna Prestes, João Pessoa e Getúlio Vargas.  

O que sobressai, como nota o professor Carlos Newton Junior no posfácio com tintas de ensaio crítico, nesta segunda edição, é "o compromisso de Aldo Lopes com a beleza". Beleza do texto, dos personagens (reais e inventados), das paisagens e também da História que - ainda citando Carlos Newton - pode muito bem ser vista como "um romance que aconteceu", perspectiva base para todos os bons romancistas históricos. "O objetivo de Aldo Lopes é contar um outro romance, um romance que não aconteceu, pois para ele, o romance é a história que deveria ter sido e não foi", acrescenta Carlos Newton. 

Mas não se pense que o apego aos fatos leve aos rigores da reconstituição científica ou às razões para a "reescrita" do romance pelo autor, iniciada cinco anos após a versão editada, levada a cabo durante mais dois anos e, agora, relançada pela mesma editora (Bagaço - Recife/PE).

"O que me levou a reescrever não foi tanto a vontade de ser preciso com fatos históricos, mas a vontade de desenvolver melhor os personagens ficcionais", confessa Aldo Lopes. O resultado geral, na opinião dele, é que "o texto acabou ficando mais denso, mas amadurecido". Na reescrita, alguns capítulos foram enxugados, outros desapareceram e um foi acrescentado. A nova edição ganhou, ainda, ilustrações do artista Alberto Lancet, paraibano da cidade de Teixeira.

Os desenhos de Lancet funcionam como vinhetas de abertura dos capítulos, que não estão numerados, e alguns têm traços delicados, quase bicos de pena, e já podem ser destacados como pequenas "obras-primas" de cenas sertanejas (veja páginas 111, 139 e 177). Tudo isso pode ser conferido: o relançamento de "O Dia dos Cachorros" é hoje, a partir das 19h, na Saraiva do Midway Mall. O exemplar vai custar R$ 30,00.
Fonte: TN

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